sábado, 15 de fevereiro de 2014

La Bohème (Puccini)


Amigos, artistas, Paris, romance, realidade, ciúmes, brigas, tuberculose e tragédia: La Bohème, ópera italiana de Giacomo Puccini (1858-1924) com libreto de Giuseppe Giacosa e Luigi Illica, baseado na novela de Henri Muerger, "Cenas da Vida de Bôemia".  Sua estréia foi em 1896.  Dividida  em quatro atos. 

Para mais informações, minha dica é o livro "As mais famosas óperas"por Milton Cross- Mestre de cerimônias do Metropolitan Opera House ele é claro e detalhado. 

O PRIMEIRO ATO se passa na casa dos amigos Rodolfo (poeta), Marcello (pintor), Colline (filósofo) e Schaunard (músico). O frio de Paris está castigando os amigos e todos que moram no bairro, eles não tem muito dinheiro, são artistas! Aos poucos todos os amigos vão entrando em cena, cantando a respeito da situação em que vivem.  Seguem divertidos "diálogos" que misturam desespero e comédia. Até o senhorio, Benoit, aparece para cobrar o aluguel!Tempos difíceis. Quando conseguem se livrar deste senhor, Marcello, Colline e Schaunard resolvem sair, mas Rodolfo permanece, dizendo que precisa completar um artigo para o jornal. Eles vão embora deixando o frustrado poeta.

Silêncio. Alguém bate na porta e Rodolfo pergunta quem é. Entra Mimi na cena com sua vela apagada. Entra na casa e desmaia. Vagarosamente,  volta a si, o poeta acende sua vela e ela vai embora. Mas, lembra que esqueceu as chaves de casa que devem ter caído quando ela desmaiou, e propositadamente apaga sua vela.  Os dois procuram as chaves. Enquanto procuram suas mãos se encontram, Mimi dá uma exclamação de surpresa e então Rodolfo canta "Che gelida manina", contando sobre si, sobre quem ele é, o que faz. Depois é a vez de Mimi se apresentar, "Mi chiamano Mimi", timidamente conta de sua vida, que parece sem graça, a não ser quando surge a primavera, inundando sua vida de sol e perfume. De repente os gritos dos amigos de Rodolfo interrompem a "paquera", eles lhe chamam para sair.Em um belíssimo dueto,"O suave fanciulla", Rodolfo e Mimi declaram seu amor um pelo outro e resolvem sair para encontrar-se com todos no Café Momus.

O SEGUNDO ATO acontece em uma praça, no Café Momus. Vendedores, estudantes, crianças e pessoas do povo alegram a cena, os amigos vão se encontrando, enquanto Mimi orgulhosamente apresenta o chapéu novo que ganhou de Rodolfo. Quando todos estão sentados e Mimi já foi introduzida ao grupo, surge então Musetta, uma mulher atraente que já teve um relacionamento com Marcello. Surge aí o segundo casal da história. Neste momento ela vive com um admirador, chamado Alcindoro, velho e rico. Há evidentemente uma provocação entre os dois, e quando Musseta percebe que Marcello não lhe dá bola, Ela quebra seu prato no chão para chamar sua atenção e começa a famosa ária, "Quando me'n vo'soletta" . Ela canta sobre como é desejada por todos, é uma cena de grande sedução, que enlouquece Marcello. O ato termina em brilhante clímax! Vale a pena assistir ao vídeo.


No TERCEIRO ATO a tragédia já começa a dar as caras. Claramente já se passou um tempo desde da cena no Café. Em um clima novamente frio, escuro e sem vida, Mimi muito doente, com terríveis tosses, vai em busca de Marcello para pedir-lhe ajuda.  O pintor vive com Musetta em uma taberna. Na sofrida ária, "O buon Marcello, aiuto!", Mimi conta desesperadamente para o amigo que Rodolfo é muito ciumento e que isso tornou a vida dos dois intolerável. Marcello sugere a separação definitiva, Mimi concorda e pede a ajuda para encerrar o relacionamento. Ela se esconde, pois Rodolfo (que estava na casa de Marcello) vai de encontro ao amigo. É sua vez de contar sobre a relação, Rodolfo diz que ela flerta com todos e que não aguenta mais a relação. Quando Marcello diz que ele deve falar a verdade, o poeta revela que ama Mimi, mas que ela está gravemente doente e que deve morrer logo, "a miséria liquidou aquela frágil flor". Mimi que escutou toda a conversa não consegue mais se esconder e tossindo aparece para Rodolfo, que vai de encontro a ela. Ao mesmo tempo Marcello escuta Musetta rindo dentro da taverna e volta para ver o que acontece. Mimi canta com enorme tristeza "Addio, senza rancor", despedindo-se do amado pede-lhe que reúna suas coisas, mas que ele deve ficar com seu chapéu como lembrança. Os dois se unem no dueto "Addio, o dolce svegliare" evidenciando uma inevitável separação. Marcello e Musetta surgem da taberna e juntam-se aos dois, formando-se um quarteto com "duas linhas melódicas de temperamentos contrastantes combinando-se em um efeito brilhante", "Solo l'inverno é cosa da morire". Ao final, Marcello cego de ciúmes por Musetta diz adeus a sua amada, já Mimi e Rodolfo decidem que vão esperar até a outra primavera antes de se separarem.

No QUARTO ATO o final se aproxima. Estamos na mesma casa do primeiro ato. Já se passou algum tempo desde o terceiro ato. Marcello e Rodolfo tentam trabalhar, mas não conseguem, só pensam em Musetta e Mimi. No dueto "Ah, Mimi, tu più non torni" eles expressam a dor em uma passagem comovente. Colline e Schaunard entram em seguida. Os amigos falam sobre várias coisas, e começam uma brincadeira. De repente surge Musetta aflita dizendo que trouxe Mimi mas que ela não aguentou subir as escadas. Todos correm para ajudá-la. Mimi e Rodolfo demonstram grande felicidade por estarem juntos novamente. O fim está próximo e Mimi tossindo muito conta que suas mãos estão geladas. Musetta pega seus brincos e pede a Marcello que os troque por remédio e algo para esquentar a mão da amiga. Ambos se reconciliam. Colline esta certo que deve vender seu único casaco para ajudar, em "Vecchia zimarra, senti" se despede com pesar. Todos saem de cena, deixando Mimi e Rodolfo juntos. Em "Sono andati" muita coisa é dita, o casal relembra dos momentos em que estavam juntos, retomando frases melódicas do primeiro ato. Então, todos retornam, e Mimi ganha algo para esquentar suas mãos,  ela se mostra muito agradecida e diz que agora pode dormir. Musetta reza por Mimi. Schaunard percebe que Mimi morreu, sussurra comovido o fato para os outros, Rodolfo em desespero pergunta o que está errado, e quando percebe que o pior aconteceu, abraça Mimi e grita seu nome desesperadamente!

  

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