quinta-feira, 27 de março de 2014

Links da Semana #8: Bartoli, Branchinni e a ópera de Viena.


1) Cecília Bartoli, conhecida e renomada mezzo-soprano italiana, divulgou pelo facebook uma foto do ensaio para a estreia de Otello (Rossini) no Théâtre des Champs-Elysees, em Paris (França). Quem tiver por lá não pode perder!E para quem não terá a oportunidade, segue um aperitivo dessa voz tão especial...."Casta Diva" da ópera Norma. 




2) Entrevista feita pelo Theatro Municipal de São Paulo com Susanna Branchini, soprano que interpretou Leonora na ópera Il Trovatore. Ela fala da experiência de participar da criação desta produção, da dificuldade em cantar as árias famosas da personagem, entre outras.


3) Quem se anima em ir para Viena (Áustria)? A ópera de Viena (Wiener Staatsoper), é super famosa e divulgou a temporada 2014-2015. Gente, sério, tem muita ópera boa no repertório! São tantas que fica até difícil de citar...mas quem for para lá tem que aproveitar, deve ser incrível! 





Até mais! 

terça-feira, 25 de março de 2014

Um pouco de comédia, s'il vous plaît!

Em alguns momentos sinto que canso dos dramas intensos, das mortes catastróficas e sofridas que encaramos ao assistir uma ópera....e como que buscando um golpe de ar, retomo algumas óperas cômicas (ou bufas) bem conhecidas e que também fazem parte das grandes temporadas. Confesso que conheço pouco neste estilo, que com certeza não é a maioria. Destaco a famosa obra do italiano  Donizetti "L'elisir d'amore". 



A história é super divertida. O ingênuo camponês Nemorino é apaixonado pela bela e geniosa Adina. Ele acredita que existe um elixir do amor, uma poção capaz de fazer com que Adina se apaixone por ele. E já digo, ninguém precisa morrer. É delicioso assistir o par Villazón e Netrebko neste DVD, gravado em 2005, a interpretação dos dois é algo à parte. Villazón foi ovacionado após cantar a famosa e conhecida ária, Una Furtiva Lacrima. Já viu um BIS na ópera? Vale a pena assistir o vídeo! 







Também gosto de escutar a gravação em CD com Luciano Pavarotti e Kathleen Battle!




Até mais! 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Links da Semana #7: um barítono brasileiro, e outras coisas mais.





1) O destaque dessa semana vai para PAULO SZOT, o barítono brasileiro, de voz firme e imponente, que faz muito, mas muito sucesso fora do país. Natural de Ribeirão Pires-SP, de família polonesa, o jovem Paulo foi para a Europa estudar dança, e por conta de um machucado no joelho acabou no canto lírico!!Além de cantar ópera nos melhores teatros do mundo, ele cantou no musical South Pacific da Broadway, e sua performance lhe rendeu o Tony Award (um prêmio para musicais da Broadway de muito prestígio). Nesta entrevista (em inglês) ele fala um pouco de sua história, e essa feita pela Globo News, agora em português. Quando será que ele vem para o Brasil? 

2) O Theatro Municipal de São Paulo divulgou no youtube uma sinopse sobre a ópera em cartaz Il Trovatore. Achei legal a iniciativa e uma interessante forma de conhecer o enredo da ópera. Também colocaram um vídeo com a palestra de Irineu Franco Perpétuo sobre a ópera e sobre seu compositor, Verdi. 

Até mais! 




quarta-feira, 19 de março de 2014

Origens e Transformações


Como surgiu a ópera? Quando? Onde? Sempre foi assim como assistimos e escutamos hoje? Qual foi a primeira ópera? Quem inventou? 

  • Podemos encontrar as origens da ópera na Grécia Antiga, através do drama ateniense, a declamação era cantada e acompanhada por instrumentos. Seguindo quinze séculos, na Idade Média, também podemos observar a combinação da música e a representação cênica. Nessas formas de arte, o diálogo era frequente e tinha mais destaque se comparado as partes musicais. 
  • 1285: A primeira obra lírica, parecia com a ópera, foi escrita por Adam de la Halle para a corte francesa em Nápoles, "Le Jeu de Robin et Marion", era uma composição de baladas populares, distribuídas por várias pessoas com uma ação cênica simples. 
  • Século XVI: o período do renascimento promoveu uma reforma artística geral, e o nascimento da ópera aconteceu neste período, a partir de um pequeno grupo de nobres florentinos chamado de "La Camerata" composto por Bardi, Strozzi, Galilei (pai do famoso astrônomo e cientista), Corsi, Peri e Caccini. O ideal era reconstruir a música a partir dos princípios do drama grego e transmitir por meio de sons os sentimentos do poeta! Dessa tarefa resultou cantos melódicos acompanhados por instrumentos. Sonetos eram colocados em canções e posteriormente pequenas cenas dramáticas, monodramas até as ações cênicas. 

"(...) na florescente Florença, berço da Renascença, berço de todas as artes, o farol do mundo. A ópera nasceu em berço de ouro, e toda a sua vida foi marcada sob este signo de opulência e magnificência. Até hoje é o ponto alto de qualquer teatro."

  • 1594: Em Florença estreou o melodrama "Dafne" com libreto de Rinuccini e música de Peri. Considera-se esta obra como a primeira ópera, embora seja chamada de melodrama. 
  • 1600: No Pallazzo Pitti, em Florença estreiam duas óperas com o nome de "Eurídice", uma com versos de Rinuccini e música de Peri e outra com música de Caccini. Foram encenadas durante o casamento de Henrique IV com Maria de Médicis no dia 06 de Outubro. 
  • 1607: Agora em Veneza, Claudio Monteverdi (1567-1643) faz diversas inovações no mundo da ópera, e "Orfeo" com estréia nesta data, é a primeira ópera que de fato merece este nome. Os solistas dominam o palco com árias e a música é realmente dramática, expressando sentimentos humanos. Os coros já cantavam em torno dos solistas e aparece também a orquestra. Em 1608 estreia "Ariana" e em 1624 "Il Combattimento di Tancredi e Clorinda" do mesmo compositor. 
  • 1637: A ópera conquista o povo, finalmente ela sai das casas dos nobres. Em Veneza, funda-se o primeiro teatro para ópera, San Cassiano. A ópera se espalha pela Itália e conquista a Europa. Outras famosos compositores da época eram Francesco Caletti, Marco Antonio Cesti. A escola napolitana viveu o triunfo do bel-canto. 

"O público passa a ter uma ativa participação na representação. Ai do cantor que emitisse mal uma nota ou falhasse num trecho. Os mais variados objetos desciam sobre a cabeça do infeliz. Pelo contrário, se tudo corresse bem, saía do teatro com triunfo, como um novo deus." 


  • A Alemanha foi primeiro país a ter sua ópera, em 1627 com o compositor Schultz. Na Espanha em 1629 a corte de Felipe IV assistiu a uma ópera bufa (cômica). Um pouco mais tarde, em 1661 a ópera começa na França com Giovanni Battista Lulli (1637-1687), introduzindo o ballet. Na Inglaterra, Purcell fundou a ópera inglesa. Em Portugal o Teatro São Carlos em 1793 impulsionou a arte no país. No Brasil, só falamos de ópera após 1860.
  • No século XVIII, o poeta romano Pietro Metastasio, escreveu mais de 50 libretos e foi o criador da ópera barroca! Neste estilo, a ária era central e os cantores faziam o que bem entendiam. O destino deste gênero estava ameaçado e Gluck vai realizar uma verdadeira reforma no mundo operístico, retomando o drama cheio de verdade e emoção. 
  •  Nasce então, o gênio Mozart (1756-1791) que compôs mais de 20 óperas ainda presente em todos os teatros; "A flauta mágica", " Don Giovanni", "Bodas de Fígaro", entre outras. Ele abriu caminho para Beethoven, Weber e Wagner. 
  • No século XIX, a Itália e França despontavam no mundo lírico, com Rossini, Donizetti e Bellini. Sendo que os dois últimos abriram caminho para Verdi. Outros grandes compositores franceses apareceram, Gounod, de "Romeu e Julieta" e Bizet famoso especialmente por "Carmen". Outros compositores famosos pipocam pela Europa. 
  • Na Itália, em 1813 nasce Giuseppe Verdi. Considerado o primeiro dos compositores modernos, sua obra geralmente é dividida em três momentos. No primeiro, o compositor escreveu ao gosto da época, no segundo escreveu as mais populares: "La Traviata", "Rigoletto", "O Trovador". E no terceiro período tivemos "Don Carlo", "Aida", "Otello" entre outras. Ele marcou um progresso e se tornou o maior compositor de óperas do mundo. 
  • Giacomo Puccini nasceu em 1858 na Itália, considerado um dos melhores, compôs "La Bohème", "Tosca", "Madame Butterfly", "Turandot", entre outras. 
  • Richard Wagner, nascido em 1813 na Alemanha, é considerado como um dos poucos que realizou uma reforma profunda e pregou fortemente a verdade dramática. Entre suas obras-primas estão: "Tristão e Isolda", "Lohengrin", "Parsifal", "Siegfried". Após Wagner houve um hiato na Alemanha, e então surgiu Richard Strauss com as belíssimas "Salomé" , "Electra", "Aridne in Naxos", entre outras.
  • Chegamos no Brasil e destaco a obra de Antonio Carlos Gomes, o maior compositor de óperas do país. "O Guarani" teve sua estreia em Milão em 1870 e ganhou o mundo. 
  • Não podemos nos esquecer da importância da escola russa, na segunda metade do século XIX com Rimsky-Korsakow, Tchaikovsky, Strawinsky, Prokofieff, entre outros. 
  • No século XX o teatro lírico se expande também nas Américas. 

Referência: "As mais famosas Óperas por Milton Cross - Mestre de Cerimônias do Metropolitan Opera". Editora Tecnoprint Ltda., 1983. 


Até mais!



sexta-feira, 14 de março de 2014

Links da Semana # 6 : overdose de Villazón, Il Trovatore e Netrebko.

1) O destaque dessa semana vai para o multi talentoso mexicano Rolando Villazón. Já falei dele algumas vezes aqui no blog, e essa semana descobri duas coisas interessantes. Ele é um baita desenhista e através dos desenhos anda contando as histórias das óperas, de um jeito muito divertido! Outra novidade é que recentemente ele lançou um romance em francês chamado "Jongleries" (Malabarismos), parece que já existe também uma versão em espanhol. Enfim, um cantor brilhante e ainda com outros tantos talentos! Gosto muito de dois CDs que ele gravou e que não são de óperas, no Itunes Festival: London 2010 você encontra as famosas Besame Mucho, Perfidia, Solamenta una vez e Noche de Ronda. Comprei pela loja do Itunes mesmo. E no CD La Strada - Songs for the Movies existe uma versão maravilhosa de Smile, que comprei pela Amazon. 



2) Listei algumas reportagens interessantes de João Luiz Sampaio, do Estadão, sobre a ópera Il Trovatore, agora no Theatro Municipal de São Paulo. Não percam!! A primeira reportagem é sobre os cantores e a segunda é sobre a produção

3) Esses dias estava passeando pelo Youtube e lembrei de um canal muito interessante que chama Ask AnnaNetrebko. As pessoas escrevem perguntas para Anna Netrebko (soprano russa) no site, e ela responde através de vídeos curtos. Bem legal!


Até mais!

terça-feira, 11 de março de 2014

Novo logo!



Uma das coisas divertidas em ter um blog é a oportunidade de criar! Experiências e histórias que vão tornando este espaço uma rica oportunidade de troca. É uma grande alegria escutar, cada vez mais, diversas e interessantes histórias sobre óperas que fizeram e/ou fazem parte da vida de cada um. Obrigada.

Convidei um artista e poeta* muito especial para me ajudar na criação de um logo. Adorei o resultado! 


* Latif Abrão Júnior nasceu em Franca (SP), em 1955. Administrador pela EASP-FGV e bacharel em Direito pela USP. Artista plástico, poeta, vive em São Paulo.  Lançou os seguintes livros: "Criado-Mudo, Poemas e Imagens" pela editora Callis. "O sentimento da pedra" e "Administração & Poesia" ambos pela L2M Comunicação. 


Até mais!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Uma noite na Ópera: Il Trovatore (2014)



Sábado (08/03/2014) fui conferir a estréia de Il Trovatore (Verdi) no Theatro Municipal de São Paulo, quem acompanha o blog já sabe que essa ópera abriu a temporada lírica deste ano. 

Estréias sempre proporcionam uma empolgação a mais, o teatro fica com um ar diferente, o clima é de euforia e suspense. Neste sábado, a coisa não foi diferente, todos os ingressos  vendidos (apesar alguns lugares vazios), pessoas de todas as idades, vestidas das mais diversas maneiras, iniciantes da ópera ou aqueles que sempre acompanham as temporadas líricas, enfim, uma noite na ópera para todos! 

Sentei no balcão simples, tirei fotos e esperei ansiosamente pela famosa batuta de John Neschling. Tive que fazer certo esforço corporal para não perder momentos, tanto da orquestra quanto dos cantores no palco, mas consegui. 


Do alto, ouvi brilhantemente o Coro Lírico Municipal de São Paulo, além da potência e força da Orquestra Municipal de São Paulo. A cigana, Azucena, cantada esplendorosamente por Marianne Cornetti, despertou momentos de grande dramaticidade e foi muito aplaudida durante todo o espetáculo. Soltei até um Bravo! Alberto Gazale, como o Conde de Luna, e o americano Stuart Neil, como Manrico, estavam inspirados. A italiana Susanna Branchini dominou a cena com os famosos trechos de Leonora no final da obra. 

O cenário era simples, porém interessante, ainda mais considerando as várias mudanças de cenas que existem nessa ópera. O figurino estava muito bonito. O programa completo, com artigos interessantes, elenco e o libreto custou cinco reais, não me arrependi. As próximas apresentações serão nos dias 11, 13, 15, 16, 18, 20 e 22 de Março. 

Aplausos, aplausos e mais aplausos! 
Até mais. 

sexta-feira, 7 de março de 2014

Links da Semana #5: twitter, pôster e novos lançamentos


Il Trovatore by G. Verdi, c.1923 Impressão giclée

1) O twitter do Theatro Municipal de SP é bem interessante. Agora que estamos próximos da estreia de Il Trovatore, dando início a temporada lírica, eles postam frases da ópera, fotos com os figurinos, e outras notícia interessantes!

2) Eu adoro pôster, e no AllPosters existe várias opções de pôster de óperas! Acho muito interessante não só para quem é fã, mas também para aqueles que gostam de quadros estilosos e diferentes. É fácil comprar pelo site e chega direitinho.  

3) Recentemente a Deutsche Grammophon lançou o DVD da ópera de Eugene Onegin, de  Tchaikovsky. Foi gravado no Metropolitan Opera House, em uma nova e impressionante produção. Foi um dos destaques da temporada 2013/2014. Só pelos vídeos já fiquei interessada! Não conheço a ópera, mas parece muito interessante. 

4) Descobri  um casal de cantores novos, pelo menos para mim, e que parecem brilhar cada vez mais no Royal Opera House (Londres) e também em teatros nos EUA. Os americanos, Ailyn Pérez (soprano) e Stephen Costello (tenor) conquistaram o público com suas versões de Violeta e Alfredo, o par romântico de La Traviata (Verdi). Em maio ambos vão lançar o primeiro CD, chamado Love Duets, pela WarnerClassics. Parece que não será só de óperas, mas com versões de outros musicais americanos. 

Até mais. 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Il Trovatore (Verdi)


Esta ópera de Guiseppe Verdi é baseado na peça de Antonio Garcia Gutierrez "El Trovador" . A primeira apresentação ocorreu em Roma, 1853. A história se passa na Espanha, século XV. 

Primeiro Ato (O duelo)


A primeira cena acontece em uma sala perto dos aposentos do Conde Luna, no Palácio. Ferrando (capitão da guarda do palácio) chama atenção dos criados para que permaneçam acordados pois o Conde deve voltar a qualquer momento. O Conde está apaixonado por Leonora (dama de companhia da Rainha da Corte de Aragão), ele faz vigílias noturnas sob sua Janela e esta preocupado com o surgimento de um rival na cena, um certo trovador. Para manter todos acordados até a chegada do Conde, Ferrando narra através da musica " Di due filgi vivea" uma história passada. Há muito tempo, a ama de um dos filhos do então Conde, encontrou uma cigana inclinada sobre a cama do bebê. Os criados colocaram a cigana pra fora, e após um tempo o menino ficou doente, todos acharam que isso ocorreu por uma maldição da cigana, então a capturaram e a queimaram. A filha desta cigana louca por vingança raptou o outro filho deste conde e o atirou nas chamas, assim diz a lenda já que encontraram ossos de uma criança nos restos da pira. O Conde ainda acreditava que seu filho estava vivo e no leito de morte fez o filho mais velho (atual Conde Luna) jurar que iria encontrar o irmão. Ferrando termina dizendo que o fantasma da cigana ainda ronda o castelo, o relógio bate meia noite.



Na segunda cena, Inês (dama de companhia de Leonora) acompanha Leonora que esta inquieta pensando em seu novo e misterioso admirador, com a ária "Tacea la notte placida" retoma a história do misterioso cavalheiro que agora retornou como trovador e lhe faz serenatas em baixo da janela, ela está apaixonada por ele. Surge o Conde de Luna na cena, ele está olhando para a janela da amada Leonora e canta seu amor por ela em frases ardentes. Porém, escuta um som da harpa e diz bravo que é o tal trovador, a voz de Manrico (o trovador) é ouvida de longe na serenata, "Deserto sulla terra". Leonora confunde os admiradores e acha que o Conde de Luna é Manrico. Nesse momento, ela corre para seus braços. Quando Manrico vê a cena, a chama de infiel! Então Leonora percebe o engano e se ajoelha diante de Manrico implorando seu perdão. Em um animado trio, o trovador tranquiliza a amada e o Conde furioso diz que reprova Leonora e tirará a vida de Manrico. Os dois começam um duelo e Leonora desmaia.



Segundo Ato (A cigana)



A primeira cena se passa em um acampamento de ciganos, Azucena (uma cigana) está ao lado de Manrico. Ao nascer do sol os ciganos começam a se movimentar e a pegar suas ferramentas, iniciam o famoso "Chi del gitano i giorni abbella?". O clima muda e então Azucena inicia sua ária "Stride la vampa", na qual ela conta sobre a horrível cena de ver sua mãe queimada, os ciganos tentam consolá-la. Ela então com muita raiva se volta para Manrico e lhe ordena que ele a vingue, o rapaz fica confuso. A cigana continua com a história, e relata que desesperada com a morte da mãe, resolveu raptar o filho mais novo do Conde e o levou para a pira. Em uma dramática passagem ela conta que atirou o bebê nas chamas, mas no calor da situação percebeu horrorizada que sacrificara seu próprio filho! Manrico fica assustado com a história e tenta descobrir o mistério de seu próprio nascimento, ele percebe que ela não é sua mãe. Porém Azucena continua dizendo que ele é seu filho. Azucena pergunta a Manrico porque ele não matou o Conde de Luna na batalha (da segunda cena, primeiro ato) e o rapaz conta que ouviu uma voz adverti-lo para que não fizesse isso. A cigana, com muita raiva, pressiona Manrico para matar o Conde quando tiver uma chance. Ao saber que a fortaleza de Castellor caiu Manrico parte para a batalha, e fica aflito quando descobre que Leonora, pensava que ele tinha morrido, e por isso está a caminho do convento. Azucena implora para que Manrico não vá, mas ele diz que nada poderá separá-lo da amada, Leonora, e a cena termina com um dramático e poderoso refrão dos dois. 



A segunda cena começa no exterior de um convento, perto da fortaleza de Castellor. O Conde conta a Ferrando que sua ardente paixão por Leonora fez com que ele tentasse tirá-la do convento, ele planeja entrar antes que ela faça os votos. O Conde entra e encontra Leonora e Inês e outras mulheres, todas surpresas com a intrusão do Conde, quando surge também Manrico. Leonora corre para seus braços, não acreditando que ele está ali, canta "E deggio e posso crederlo?". Então Manrico e o Conde de Luna se preparam para lutar. A cena termina com as freiras entrando no convento em um crescente coro.



Terceiro Ato (O filho da cigana) 



Na primeira cena o Conde está em seu acampamento preparando-se para a batalha que se aproxima. Amargamente ele pensa em Leonora, que agora está nos braços de Manrico. Ele jura vingança. Ferrando interrompe dizendo que os guardas acharam uma cigana vagando nas redondezas. Ela é suspeita de ser uma espiã. Azucena é trazida e pede piedade. No comovente refrão, "Giorni poveri vivea" a cigana conta de sua vida ao lado do filho, sua única alegria. Ferrando declara que ela é a feiticeira que jogou o irmão do Conde na fogueira. Azucena desesperada com a situação grita por Manrico, e irada diz ao Conde que um Deus vingativo o matará por sua injustiça. As vozes de Azucena, Ferrando, Conde e os guardas se unem dramaticamente. O Conde então ordena a morte da feiticeira. Na final do coro os aguardas levam a cigana. 



A segunda cena começa no salão do Castelo de Castellor, é o casamento de Leonora e Manrico, ela está apreensiva pelo iminente ataque das forças do Conde (que acampa ao redor do castelo). Manrico tentando tranquilizá-la canta a bela ária "Ah, si, ben mio". O casal jura amor eterno no dueto "L´onda de´suoni mistici". Ruiz (um oficial a serviço de Manrico) interrompe e diz que no acampamento do Conde tem uma cigana que será levada para a fogueira. Manrico fica desesperado e conta para Leonora que a cigana é sua mãe. Manrico inicia uma das árias mais dramáticas da ópera, "Di quella pira". Ele jura salvar sua mãe da morte, dá adeus a Leonora e parte. 



Quarto Ato (A tortura)



Na primeira cena é noite e Manrico e Azucena estão presos na torre, já que o trovador fracassou na tentativa de salvar sua mãe. Leonora e Ruiz vão tentar salvar Manrico. Na mão direita Leonora tem um anel contendo veneno, na ária "D´amor sull´ali rosee" ela canta sobre sua paixão e a esperança de resgatar seu amor. Um sino começa a tocar, vozes masculinas de dentro do castelo iniciam "Miserere" introduzindo uma parte famosa da ópera. Então da torre escuta-se a voz do trovador, "Ah! Che la morte ognora", lamentando a morte e o adeus a Leonora. Leonora, na sua última tentativa para salvar seu amor, aparece na frente do Conde, pedindo para que ele poupe Manrico, ela afirma que será dele se libertar Manrico. Leonora rapidamente, leva o anel a boca, e toma o veneno. Quando o Conde se volta para ela dizendo que poupará a vida de Manrico, Leonora canta "Vivrà! Contende il giubilo". Os dois cantam juntos ao final da cena.



Na segunda e última cena da ópera, Azucena e Manrico tentam se confortar. Azucena lembra com horror da morte de sua mãe e exausta cai nos braços de Manrico. Azucena canta um triste refrão "Ai nostri monti", algo como "regressaremos as nossas montanhas", e cai adormecida. Leonora abre a porta da prisão e implora para Manrico sair imediatamente. Ele recusa-se a ir embora sem a amada. Manrico percebe que Leonora deu algo em troca por essa oportunidade de salvá-lo e quer saber o que foi. Manrico amargamente reprova a atitude da amada que cai aos seus pés, já que o veneno começou a fazer efeito. Leonora conta que tomou veneno e esta morrendo, Manrico fica desolado e implora seu perdão. O Conde muito bravo diz que se vingará de ambos. Com um grito de adeus, Leonora morre nos braços de Manrico. O Conde ordena que levem o trovador para a morte, e então com as palavras "Ah, madre, addio" de Manrico, Azucena acorda confusa. O Conde diz que Manrico foi executado, e Azucena volta-se para o Conde e revela que Manrico era seu irmão, ela canta que sua mãe foi vingada afinal! Ela cai inconsciente, enquanto o Conde de Luna grita de horror! 




Referência: "As mais famosas Óperas por Milton Cross - Mestre de Cerimônias do Metropolitan Opera". Editora Tecnoprint Ltda., 1983.